Desde o lançamento de Radio S.Amb.A, primeiro trabalho da Nação Zumbi na chamada pela mídia “era pós-Chico Science”, datado do ano 2000, até seu mais recente trabalho, Fome de Tudo (2007) vê-se que a banda está chegando ao fim. Se eles continuarem assim, não durarão muito tempo não! Já explico o porquê.
O que se ouve em Fome de Tudo não são 12 novas faixas, mas sim 12 rounds em que o ouvinte sai sempre nocauteado. Selecionaram só o que havia de melhor nos trabalhos anteriores. Um pouco de peso do Rádio S.Amb.A (2000), a psicodelia do Nação Zumbi (2002), a atmosfera eletrônica do Futura (2005), além de resgatar os ótimos timbres dos tambores da época de Chico, tudo isso servindo como “plano de fundo” para as letras sempre sinestésicas de Jorge Du Peixe, que vem se mostrando cada vez mais um exímio compositor.
A banda está enxuta, mais coesa e menos experimental, o que de forma alguma é considerado ruim, muito pelo contrário.
A abertura com Bossa Nostra já mostra a que a Nação Zumbi não veio a passeio e que as alfaias voltaram a gritar como em outrora. O riff de guitarra é bem marcado, explodindo quando menos se espera, e as palavras ninguém quer saber o gosto do sangue, mas o vermelho ainda é a cor que incita a fome soarão na sua cabeça até o fim do disco.
Em seguida tem Infeste com sua bateria suave, guitarra econômica, isso até a segunda página. Em questão de segundos Pupilo desenfrea a espancar a seu kit e um novo riff preciso de Lúcio Maia vem à tona.
Carnaval é literalmente para agitar sua festa. Um afrobeat que deixaria Fela Kuti, o pai do gênero, boquiaberto e batendo o pezinho no chão. Dengue segura o suingue ao lado de Pupilo, mais uma vez ditando o que tem de ser feito.
Sem tempo pra te deixar respirar, sai Carnaval e entra Inferno, com sua pegada dub-psicodélica e a voz macia da cantora Céu sussurrando ao ouvido, te levando a um lugar não muito distante do inferno, e você já começa a ficar com medo: estes caras devem ter feito pacto com o diabo, tal qual a lenda de Robert Johnson, para tocar desta forma.
Nascedouro mostra que a Nação Zumbi não esconde sua influência do samba. Uma das melhores até agora. Arranjo de metais do Mestre Ademir Araújo é um espetáculo a parte. Dá-lhe viver.
Aí entra Onde Tenho Que Ir. Uma das coisas mais espetaculares que ouvi nos últimos anos. Não vou nem ficar descrevendo muito, ouça. É inexplicável.
Assustado tem o perfl das músicas do Toca. A letra é dele em parceria com Du Peixe, mas toca já tem seu estilo próprio de composição. Músicas com influências bem africanas, cheias de percussões e mãos batendo palmas para acompanhar. Mas fique calmo porque maloqueiro não se assombra com qualquer coisa.
A faixa título, Fome de Tudo, vem bem pesada, com tambores e guitarras carregadas, destaque para a letra que diz que a fome te uma saúde de ferro.
Em um dos muito melhores momentos do disco, chega enfim, Toda Surdez Será Castigada, com letra composta por Jorge Du Peixe e Junio Barreto. Psicodélica até a medula, vocais divididos entre os dois compositores, título fazendo referência a Nelson Rodrigues/Arnaldo Jabor. É só fechar os olhos e escutar a música inteira.
A Culpa é uma as mais parecidas com as músicas do álbum anterior, Futura. Talvez pela mixagem que deixou os tambores uniformes, as guitarras cadenciadas, mas sem peso. Funcionará muito bem ao vivo.
Estamos chegando ao fim, você começa a pedir arrego. Originais do Sonho: aqui temos tambores convivendo em perfeita harmonia com as guitarras e efeitos eletrônicos. No single digital de Bossa Nostra foi incluído um remix do Maquinado, projeto paralelo de Lúcio Maia, que está no mesmo nível da canção original.
Se você conseguiu chegar até aqui, prepara-se. Agora é o golpe de misericórdia. No Olimpo não é uma canção qualquer, é algo tão profundo, mas tão profundo, que se você não chorou até agora e não chorar aqui, pode ficar tranqüilo porque não irá chorar na sua formatura da faculdade, nem quando a Seleção Brasileira for hexa e tão pouco no nascimento do primeiro filho. São menos de 5 minutos para te destruir. Começa com a percussão de Toca Ogan em sincronia com a guitarra de Lúcio e vai até o final apoteótico que com certeza te lembrará de uma tal A Day In The Life de uma bandinha inglesa não muito importante.
A sensação é que o fim está próximo, ou que não existe limites para nada. Com produção de Mário Caldato Jr., cometeram um dos melhores discos feitos no Brasil em algumas décadas e será difícil superá-lo. É, acho que o fim está realmente próximo.
E agora você está sangrando no ring, é hora de jogar a toalha.
Conheça mais sobre a banda:
www.nacaozumbi.com.br/
http://www.myspace.com/nacaozumbi
O que se ouve em Fome de Tudo não são 12 novas faixas, mas sim 12 rounds em que o ouvinte sai sempre nocauteado. Selecionaram só o que havia de melhor nos trabalhos anteriores. Um pouco de peso do Rádio S.Amb.A (2000), a psicodelia do Nação Zumbi (2002), a atmosfera eletrônica do Futura (2005), além de resgatar os ótimos timbres dos tambores da época de Chico, tudo isso servindo como “plano de fundo” para as letras sempre sinestésicas de Jorge Du Peixe, que vem se mostrando cada vez mais um exímio compositor.
A banda está enxuta, mais coesa e menos experimental, o que de forma alguma é considerado ruim, muito pelo contrário.
A abertura com Bossa Nostra já mostra a que a Nação Zumbi não veio a passeio e que as alfaias voltaram a gritar como em outrora. O riff de guitarra é bem marcado, explodindo quando menos se espera, e as palavras ninguém quer saber o gosto do sangue, mas o vermelho ainda é a cor que incita a fome soarão na sua cabeça até o fim do disco.
Em seguida tem Infeste com sua bateria suave, guitarra econômica, isso até a segunda página. Em questão de segundos Pupilo desenfrea a espancar a seu kit e um novo riff preciso de Lúcio Maia vem à tona.
Carnaval é literalmente para agitar sua festa. Um afrobeat que deixaria Fela Kuti, o pai do gênero, boquiaberto e batendo o pezinho no chão. Dengue segura o suingue ao lado de Pupilo, mais uma vez ditando o que tem de ser feito.
Sem tempo pra te deixar respirar, sai Carnaval e entra Inferno, com sua pegada dub-psicodélica e a voz macia da cantora Céu sussurrando ao ouvido, te levando a um lugar não muito distante do inferno, e você já começa a ficar com medo: estes caras devem ter feito pacto com o diabo, tal qual a lenda de Robert Johnson, para tocar desta forma.
Nascedouro mostra que a Nação Zumbi não esconde sua influência do samba. Uma das melhores até agora. Arranjo de metais do Mestre Ademir Araújo é um espetáculo a parte. Dá-lhe viver.
Aí entra Onde Tenho Que Ir. Uma das coisas mais espetaculares que ouvi nos últimos anos. Não vou nem ficar descrevendo muito, ouça. É inexplicável.
Assustado tem o perfl das músicas do Toca. A letra é dele em parceria com Du Peixe, mas toca já tem seu estilo próprio de composição. Músicas com influências bem africanas, cheias de percussões e mãos batendo palmas para acompanhar. Mas fique calmo porque maloqueiro não se assombra com qualquer coisa.
A faixa título, Fome de Tudo, vem bem pesada, com tambores e guitarras carregadas, destaque para a letra que diz que a fome te uma saúde de ferro.
Em um dos muito melhores momentos do disco, chega enfim, Toda Surdez Será Castigada, com letra composta por Jorge Du Peixe e Junio Barreto. Psicodélica até a medula, vocais divididos entre os dois compositores, título fazendo referência a Nelson Rodrigues/Arnaldo Jabor. É só fechar os olhos e escutar a música inteira.
A Culpa é uma as mais parecidas com as músicas do álbum anterior, Futura. Talvez pela mixagem que deixou os tambores uniformes, as guitarras cadenciadas, mas sem peso. Funcionará muito bem ao vivo.
Estamos chegando ao fim, você começa a pedir arrego. Originais do Sonho: aqui temos tambores convivendo em perfeita harmonia com as guitarras e efeitos eletrônicos. No single digital de Bossa Nostra foi incluído um remix do Maquinado, projeto paralelo de Lúcio Maia, que está no mesmo nível da canção original.
Se você conseguiu chegar até aqui, prepara-se. Agora é o golpe de misericórdia. No Olimpo não é uma canção qualquer, é algo tão profundo, mas tão profundo, que se você não chorou até agora e não chorar aqui, pode ficar tranqüilo porque não irá chorar na sua formatura da faculdade, nem quando a Seleção Brasileira for hexa e tão pouco no nascimento do primeiro filho. São menos de 5 minutos para te destruir. Começa com a percussão de Toca Ogan em sincronia com a guitarra de Lúcio e vai até o final apoteótico que com certeza te lembrará de uma tal A Day In The Life de uma bandinha inglesa não muito importante.
A sensação é que o fim está próximo, ou que não existe limites para nada. Com produção de Mário Caldato Jr., cometeram um dos melhores discos feitos no Brasil em algumas décadas e será difícil superá-lo. É, acho que o fim está realmente próximo.
E agora você está sangrando no ring, é hora de jogar a toalha.
Conheça mais sobre a banda:
www.nacaozumbi.com.br/
http://www.myspace.com/nacaozumbi