Fiquei anos da minha vida à procura de um amor louco. Ouvia muito falar do dito cujo, mas não sabia bem o que era. Diziam que era maravilhoso, que depois dele eu nunca mais seria o mesmo. E eu até acreditava que fosse mesmo verdade, dadas tantas informações que me passavam acerca do assunto.
Fato é que enfim consegui encontrá-lo. Depois de uma busca incessante, pelas mãos de Jair Marcos, guitarrista da banda paulistana Fellini, adquiri meu exemplar do álbum Amor Louco, lançado pela banda em 1989. Mal sabia o "mal" que me faria.
O Fellini é uma das bandas mais inventivas do cenário musical brasileiro. Sua pequena obra, infelizmente não conhecida por muitos, influenciou diversas bandas e músicos dos anos 80 e 90, tanto pela sonoridade que mescla elementos de rock com samba, pós-punk e new wave, quanto pela forma independente como administravam sua carreira. As gravações feitas em 4 canais não ofuscavam o brilho das canções. Amor Louco foi produzido em melhores condições, gravado em 16 canais.
Mas voltemos ao foco. Árdua batalha vencida, o disco estava em minhas mãos. E Chico Buarque Song me fazia a cabeça, me deixava feliz. Eu amo Chico Buarque. Ela acha que ele é um ótimo poeta, mas canta mal pacas. Tudo bem, tudo certo. Mesmo que eu achasse que ele canta mal, talvez ainda assim gostasse. Algumas vezes a voz sobrepõe às palavras, outras, o contrário.
O clima do disco é acústico, clima de lual em volta da fogueira, com arranjos muitas vezes psicoacústicos e letras meticulosamente escritas em sua maioria por Cadão Volpato e Thomas Pappon. Aliás, o Fellini se desdobrou em muitos outros projetos musicais, também não tão conhecidos como deveriam: The Gilbertos, Funziona Senza Vapore, Cadão Volpato, 3 Hombres, todos de imensa poesia um tanto surrealista e hermeticamente pop. Chico Science, expoente-mor da música brasileira dos anos 90, era admirador do Fellini e gravou com a Nação Zumbi a música Criança de Domingo, do projeto Funziona Senza Vapore, no disco Afrociberdelia.
Na realidade, muito mais do que qualquer artista, o que mais me influenciou a procurar conhecer o Fellini foi a coluna 02 Neurônio da folha de São Paulo. As meninas da coluna viviam escrevendo que as mulheres sonhavam em encontrar um pretê (pretendente) que baixasse a tampa do vaso sanitário, que abrisse a porta do carro e que gostasse da banda Fellini.
Aí pensei: Baixar a tampa do vaso eu já baixo, carro ainda não tenho, então vou conhecer o Fellini porque aí minhas chances de conhecer alguém legal irão aumentar. Grandes ilusões.
Desta vez não quero falar sobre as músicas, mas conhecer o Fellini fez a diferença. Por causa do Fellini conheci um monte de outras bandas, descobri o diretor de cinema de onde a banda tirou o nome e conheci um monte de outras pessoas. Prefiro que cada um procure o seu Amor Louco. Assim como na vida, o Amor Louco é raríssimo, então caso você o encontre, agarre com todas as forças. Este Amor Louco que nos faz cantar desafinado, aprender a tocar violão, dormir fora de casa, este é quase impossível de se encontrar.
Existem 2 Amores Loucos. O primeiro é o do disco do Fellini, o outro é aquele que encontramos na obra de Carlos Drummond Andrade. Foi difícil, mas já encontrei os dois.
Conheça mais sobre a banda:
http://www.myspace.com/fellinivive
Comunidade no Orkut com Participação
dos Integrantes da Banda: Entre Aqui
Fato é que enfim consegui encontrá-lo. Depois de uma busca incessante, pelas mãos de Jair Marcos, guitarrista da banda paulistana Fellini, adquiri meu exemplar do álbum Amor Louco, lançado pela banda em 1989. Mal sabia o "mal" que me faria.
O Fellini é uma das bandas mais inventivas do cenário musical brasileiro. Sua pequena obra, infelizmente não conhecida por muitos, influenciou diversas bandas e músicos dos anos 80 e 90, tanto pela sonoridade que mescla elementos de rock com samba, pós-punk e new wave, quanto pela forma independente como administravam sua carreira. As gravações feitas em 4 canais não ofuscavam o brilho das canções. Amor Louco foi produzido em melhores condições, gravado em 16 canais.
Mas voltemos ao foco. Árdua batalha vencida, o disco estava em minhas mãos. E Chico Buarque Song me fazia a cabeça, me deixava feliz. Eu amo Chico Buarque. Ela acha que ele é um ótimo poeta, mas canta mal pacas. Tudo bem, tudo certo. Mesmo que eu achasse que ele canta mal, talvez ainda assim gostasse. Algumas vezes a voz sobrepõe às palavras, outras, o contrário.
O clima do disco é acústico, clima de lual em volta da fogueira, com arranjos muitas vezes psicoacústicos e letras meticulosamente escritas em sua maioria por Cadão Volpato e Thomas Pappon. Aliás, o Fellini se desdobrou em muitos outros projetos musicais, também não tão conhecidos como deveriam: The Gilbertos, Funziona Senza Vapore, Cadão Volpato, 3 Hombres, todos de imensa poesia um tanto surrealista e hermeticamente pop. Chico Science, expoente-mor da música brasileira dos anos 90, era admirador do Fellini e gravou com a Nação Zumbi a música Criança de Domingo, do projeto Funziona Senza Vapore, no disco Afrociberdelia.
Na realidade, muito mais do que qualquer artista, o que mais me influenciou a procurar conhecer o Fellini foi a coluna 02 Neurônio da folha de São Paulo. As meninas da coluna viviam escrevendo que as mulheres sonhavam em encontrar um pretê (pretendente) que baixasse a tampa do vaso sanitário, que abrisse a porta do carro e que gostasse da banda Fellini.
Aí pensei: Baixar a tampa do vaso eu já baixo, carro ainda não tenho, então vou conhecer o Fellini porque aí minhas chances de conhecer alguém legal irão aumentar. Grandes ilusões.
Desta vez não quero falar sobre as músicas, mas conhecer o Fellini fez a diferença. Por causa do Fellini conheci um monte de outras bandas, descobri o diretor de cinema de onde a banda tirou o nome e conheci um monte de outras pessoas. Prefiro que cada um procure o seu Amor Louco. Assim como na vida, o Amor Louco é raríssimo, então caso você o encontre, agarre com todas as forças. Este Amor Louco que nos faz cantar desafinado, aprender a tocar violão, dormir fora de casa, este é quase impossível de se encontrar.
Existem 2 Amores Loucos. O primeiro é o do disco do Fellini, o outro é aquele que encontramos na obra de Carlos Drummond Andrade. Foi difícil, mas já encontrei os dois.
“Cidade perdida
Joga as cascas pra lá
Só eu e Você e o amor louco
Cidade proibida
Fácil vem, fácil vai
Só eu e Você e o amor louco.”
Joga as cascas pra lá
Só eu e Você e o amor louco
Cidade proibida
Fácil vem, fácil vai
Só eu e Você e o amor louco.”
Conheça mais sobre a banda:
http://www.myspace.com/fellinivive
Comunidade no Orkut com Participação
dos Integrantes da Banda: Entre Aqui